terça-feira, 5 de abril de 2011

Onde falhamos?

No nosso processo de imigração tem um aspecto em que falhamos, ao meu ver, miseravelmente: integração com os locais.
A maioria das pessoas que conheço tem algum tipo de interação (social, fora do trabalho) com as pessoas daqui.
Um vizinho que venha visitar ou trocar receita, mães de colegas da escola, colegas de trabalho que aparecem para um churrasco com cerveja, etc.
Nós não temos.
Não é que precisamos de amigos, ao imigrar fizemos grandes amigos brasileiros. Amigos mesmos. Desses que não se encontra todos os dias.
Mas, acho importante ter esse tipo de interação social se daí surgir uma bela amizade, melhor ainda.

O povo daqui não tem culpa. Não vejo aquele lance de pessoas fechadas e distantes.
Acho que a culpa é mais minha mesmo, afinal sou eu que vou trabalhar todos os dias e que tenho mais contato com o povo daqui.
E porque não os convido?

Já parei para pensar nisso várias vezes. Sinceramente não sei. Tenho certeza que o pessoal viria.

Talvez tenha a ver com vergonha. Sério, quem me conhece vai pensar que estou de sacanagem, mas é verdade, até os mais extrovertidos às vezes tem vergonha.
Eu morro de vergonha de falar em inglês na frente de outros brasileiros. Não sei o que é isso. Até da Lidiana tenho vergonha. Quando vou resolver alguma coisa no telefone, subo e vou pro quarto.
Não sei o que é... Sinto como se as pessoas estivesse prestando atenção para saber se sei falar.
Mesmo sabendo que não é verdade, rola esse bloqueio.
Engraçado que não tenho a menor vergonha de conversar e puxar conversa quando estou sem outros brasileiros por perto.

Mas, também não acho que esse é o problema, mas com certeza essa vergonha atrapalha um pouco.

O fato é que eu e a Lidiana já pensamos um monte sobre como reverter a situação, mas ainda não conseguimos.
Sempre que penso em fazer alguma coisa, acabando inventando alguma desculpa esfarrapada na minha cabeça e desisto.
No aspecto social ainda estamos no How are you today e have a nice day.
E tome português no fim de semana.

Para variar, o único que quebrou a regra foi o Levi que está sempre nas festas de aniversário e outro dia foi brincar sozinho na casa de um coleguinha da escola.

Vou pedir umas dicas para ele.


Post dedicado ao Otávio e Bia dos trigêmoes, Amanda do supernatural, Ravi e Soraya, e para o resto da galera que soube como vencer essa barreira. Tenho uma inveja (branca) danada de vcs!

7 comentários:

Rafael e Amanda disse...

You guys are very welcome to join us whenever you want, and you know that ! Rafael and Amanda

Claudia e João disse...

igreja canadense, voluntariado, grupos de leitura da biblioteca... tem muita coisa fora do nosso mundinho pra se fazer e assim integrar os gringos na nossa rotina :)

Soraya Wallau disse...

Ah, irmão, q bom q te encontrei! Cara, vc falou tudo o q eu digo pro Ravi, quem quebra a barreira é ele pq eu não sei falar inglês na frente dele de jeito nenhum, morro de vergonha, tbm já ensaiei de chamar minhas amigas mil vezes pra vir aqui, mas no fim arrego geral! Agora vc tem q falar pro Levi chamar, assim será ele q vai quebrar o gelo!
Ps: mas no aniversário do Arthur vc conversou muito bem com o meu amigo Sérvio!!!
Bjinhos

Alexei Aguiar disse...

Acho que também estamos devendo nesse quesito. Temos ido a alguns aniversários de colegas do Davi e da Lara, como também recebido amigas no aniversário da Lara. Uma amiga dela já foi dormir lá em casa. Ou seja, as crianças conseguem porque não estão nem aí. Acho que podemos começar por outros imigrantes que têm as mesmas dificuldades e necessidades que nós. Vamos de tempos em tempos e recebemos em casa também uma família de ucranianos. Acho que nessa situação, nos sentimos mais à vontade e não deixa de ser interessante também.

Marina disse...

Oi Carlos e Lidy.

De vez em quando vejo o blog de vocês. Vou contar um pouco da minha história. Morei no Canadá (Calgary) por 5 anos (2001 a 2006). Fui bem novinha, com 18 anos, e fiz minha faculdade aí. Tenho uma tia e alguns primos que moram aí, mas morava sozinha e tinha independência total. Amei minha experiencia no Canadá, mas entendo perfeitamente o que vc quis dizer no post, pois hoje em dia posso contar nos dedos de 1 mão os amigos verdadeiros que fiz aí. Aqueles que ainda tenho contato... Acho que a própria cultura canadense tem em si aquela coisa de não ultrapassar o limite do outro, que muitas vezes é bom, mas dificulta muito pra quem vem de fora acabar interagindo com eles. Me senti sozinha por muito tempo, e mesmo indo todos os dias pra faculdade e fazendo aulas novas a cada semestre, fiz 2 boas amigas canadenses! Acho que isso é bem normal, ainda mais quando se vai com a família como vocês. Vocês tem um ao outro e, na verdade, se bastam assim, e acabam "acomodados" a se esforçar pra interagir... É aquilo que você falou sobre arranjar uma desculpa na sua cabeça e desistir de fazer um encontro, etc...

Hoje em dia moro no Brasil, mas estou em processo de imigração com o meu marido. Esperamos o resultado pra logo e, se Deus quiser, este ano ainda iremos voltar pro Canadá. Pretendemos morar em Calgary tb! Quem sabe não nos conhecemos aí! Tudo de bom pra vocês e espero que consigam fazer boas amizades!!!

Marina

LC disse...

Eu simplesmente não consigo falar em inglês na frente das pessoas, tenho muita vergonha e também não sei por que!!!
Se descobrir a causa me avise.
Abração!

Unknown disse...

isso tem nome: baitolagem.